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Lipedema: causa, sintomas e tratamentos

  • Foto do escritor: Dr. Gabriel Magalhães
    Dr. Gabriel Magalhães
  • 27 de jan.
  • 4 min de leitura

Yasmin Brunet mostrando seu antes e depois no tratamento de lipedema

O lipedema é uma doença crônica e progressiva que afeta principalmente mulheres, sendo frequentemente confundida com obesidade, celulite ou gordura localizada.


Apesar de comum, o lipedema é subdiagnosticado e traz desconfortos físicos e emocionais para quem lida com ele. Além disso, é uma doença que exige controle adequado para evitar complicações.


Neste artigo, vou esclarecer as causas, sintomas, estágios e tratamentos para o lipedema. Ótima leitura!


O que é lipedema?

O lipedema é caracterizado pelo acúmulo anormal e simétrico de gordura subcutânea, principalmente nas pernas, coxas e, em alguns casos, nos braços. É uma gordura com um maior potencial inflamatório, criando um aspecto irregular e ondulado, similar à “casca de laranja”. A pele tende a ser mais macia e “frouxa”, e as áreas afetadas podem apresentar sensibilidade e dor.


Embora o lipedema não tenha cura, ele pode e deve ser tratado para evitar sua progressão, impacto na mobilidade e funcionalidade dos membros, além do bem-estar emocional.


Causas do lipedema

A causa exata do lipedema ainda não é determinada, mas acredita-se que seja multifatorial, envolvendo:


  • Genética: o histórico familiar de lipedema é comum entre os pacientes;

  • Hormonal: a doença tende a surgir ou piorar durante as fases de alterações hormonais, como a puberdade, a gravidez e a menopausa. Além disso, há uma relação direta com o equilíbrio de estrogênio no organismo;

  • Comportamental: fatores como obesidade, sedentarismo e alimentação inflamatória podem agravar os sintomas.


Sintomas do lipedema

Os principais sintomas incluem:


  • Acúmulo desproporcional de gordura nas pernas, coxas e braços;

  • Efeito “garrote” nos tornozelos;

  • Dor e sensibilidade aumentadas ao toque ou após atividades físicas;

  • Sensação de peso nas pernas;

  • Sensibilidade e pressão nas áreas afetadas;

  • Fácil formação de hematomas, sem trauma aparente;

  • Mobilidade reduzida e comprometimento das articulações;

  • Pele com aspecto de celulite e nódulos palpáveis.


Tipos de lipedema

Ilustração mostrando os tipos de lipedema, de acordo com a área acometida

O lipedema é classificado em cinco tipos, dependendo das áreas afetadas:


Tipo 1: Acúmulo de gordura do umbigo até a região do quadril.

Tipo 2: Acúmulo de gordura do umbigo até os joelhos, afetando também a parte lateral das pernas.

Tipo 3: Acúmulo de gordura do umbigo até os tornozelos, podendo formar depósitos acima dos pés. Geralmente os pés não são afetados.

Tipo 4: Acúmulo de gordura nos braços, geralmente associado aos tipos 2 e 3.

Tipo 5: Acúmulo de gordura abaixo dos joelhos.


Estágios do lipedema


Foto mostrando os 4 estágios do lipedema, de acordo com a progressão da doença

Como disse, o lipedema é uma doença progressiva, que tende a evoluir se não controlada. Podemos classificá-lo quatro estágios:


Estágio 1:

  • Irregularidades leves na pele.

  • Gordura subcutânea macia.


Estágio 2:

  • Pele com aspecto mais irregular, acentuando o efeito de "casca de laranja".

  • Maior sensibilidade e inchaço.


Estágio 3:

  • Acúmulo significativo de gordura e deformidades visíveis.

  • Dor intensa e limitação na mobilidade.


Estágio 4:

  • Comprometimento do sistema linfático (linfedema associado).

  • Presença de nódulos dolorosos e inflamações frequentes.


Tratamentos para lipedema

Embora o lipedema não tenha cura, os tratamentos têm evoluído bastante, principalmente, quando consideramos a individualidade de cada paciente. O objetivo é controlar os sintomas, retardar a progressão e melhorar a qualidade de vida.

O que é essencial:


1. Dieta anti-inflamatória

É muito comum darmos preferência a uma dieta lowcarb ou cetogênica para a paciente com lipedema. Uma alimentação rica em ômega 3, fibras, vegetais e antioxidantes ajuda a reduzir a inflamação. Além disso, é importante evitar alimentos ultraprocessados e ricos em açúcar.


2. Exercícios físicos de baixo impacto

Atividades como hidroginástica, bicicleta, natação, pilates e caminhadas auxiliam na circulação linfática, reduzem o inchaço e promovem a mobilidade. É importante evitar atividades de alta intensidade, que podem piorar os sintomas.

Os exercícios resistidos são bem-vindos, desde que com cargas mais leves.


3. Terapias físicas

  • Drenagem linfática manual: reduz o inchaço e melhora a circulação. Existem drenagens específicas para pacientes com lipedema;

  • Compressão: meias de compressão ajudam a diminuir o desconforto e a retenção de líquidos.


4. Tratamentos hormonais

Como o lipedema tem relação hormonal, terapias para equilibrar os hormônios podem ajudar a estabilizar os sintomas. Para isso, precisamos avaliar sua saúde hormonal, para um tratamento personalizado.


5. Suplementos nutricionais

Alguns suplementos podem ajudar no controle da inflamação, sendo indicados para complementar o tratamento. São exemplos:

Ômega 3

Curcumina

Resveratrol

Vitaminas C, D e E

Dimpless

Morosil

Enzimas Bromelaína e Papaína

Flavonoides

Picnogenol


6. Tratamentos cirúrgicos

Há ainda tratamentos mais invasivos, como as cirurgias para tratar lipedema:

  • Lipoaspiração tumescente: remove o excesso de gordura preservando vasos linfáticos;

  • Lipoaspiração assistida por laser ou ultrassom: melhora a remoção precisa de gordura e reduz a fibrose.


7. Novas terapias para lipedema

Como mencionei, a evolução nos tratamentos tem beneficiado muitas pacientes que sofrem com os sintomas do lipedema:

  • Ondas de choque extracorpóreas (ESWT): melhoram a circulação e reduzem as fibroses.

  • Criolipólise adaptada: reduz gordura localizada nas áreas afetadas.


Conclusão

O lipedema é uma condição crônica que impacta a qualidade de vida, mas pode ser controlada com o tratamento adequado.


O que eu recomendo é buscar avaliação de um especialista o quanto antes, pois o diagnóstico precoce permite a intervenção multidisciplinar mais rapidamente, ajudando a reduzir os sintomas e evitar complicações.


Se você apresenta sinais de lipedema, procure um especialista para avaliação e orientação personalizada. 


Posso te ajudar? Entre em contato!

Um abraço, 


Dr. Gabriel Magalhães

Médico CRM RJ-1040731 SP-219487


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